terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A origem da coxinha e outras histórias

Ao se sentar em um balcão de boteco e saborear uma coxinha você já se perguntou como essa maravilha foi inventada? O que? Não gosta de coxinha? Nem de boteco? Então cai fora escória, esse blog não é lugar de gente escrota. Para as pessoas de bem que apreciam essa incrível conquista da cozinha popular brasileira, descubra aqui a reposta desse e de outros mistérios como...

Esfiha: muito mais brasileira do que você pensa.


Seja na versão fechada ou aberta, a esfiha é junto com o kibe o mais popular petisco árabe do Brasil.

E também uma das maiores causas de azia.

Mas você sabia que é muito difícil encontrá-la em terras estrangeiras, inclusive no Líbano, país onde supostamente ela foi criada? Vá em frente, e procure esfihas num restaurante em Beirute. Você vai acabar comendo uma porção de batatas fritas. Qual o motivo disso?

A esfiha era uma receita caseira trazida por imigrantes libaneses ao Brasil no começo do século XX. A comida acabou se popularizando por aqui e ganhando variações de receitas e recheios e por fim se tornando item básico de cantinas escolares, redes de fast food e laricas. Em sua terra natal a esfiha não se popularizou a ponto de ser comercializada em larga escala e permaneceu como uma receita tradicional cozinhada por vovós em vilarejos.

O pão de queijo é a história de Minas Gerais

O magnífico Estado de Minas Gerais deu grandes contribuições para nossa nação, como a poesia de Carlos Drummond de Andrade, a música do Clube da Esquina e o futebol de Pelé.

Entre outras coisas

Mas nenhum desses feitos representa a história mineira tão iconicamente como o pão de queijo. Cada detalhe de sua concepção e popularização tem paralelo com um período histórico do Estado. Sua origem remonta entre os séculos XVIII e XIX. A goma de mandioca (polvilho) que era a um item básico da alimentação dos índios acabou sendo adotada em receitas de pães das fazendas locais. O ovo e o leite, itens introduzidos na região pelos portugueses, existiam em abundância durante a expansão da pecuária da então província. As cozinheiras escravas obrigadas a se virar com esses ingredientes tiveram um arroubo de genialidade e criaram o pão de queijo.

A partir do século XX, com o crescimento urbano e a industrialização, esse salgado deixou de ser apenas uma receita caseira e começou a ser comercializado, até se popularizar por todo o país na década de 60. Lembre-se de tudo isso na próxima vez que você comer um pão de queijo. É história que você estará mordendo.

Um príncipe (possivelmente retardado) inventa a coxinha

Ok, isso é muito mais uma lenda do que um fato, mas provavelmente a história real não deve ser tão interessante. No final do século XIX vivia na Fazenda do Morro Azul, na cidade de Limeira, o filho da Princesa Isabel e do Conde D’Eu. Numa atitude epicamente escrota da família real, essa criança era mantida afastada da corte por ser considerado deficiente mental. Mas qual era a doença que acometia esse pobre menino perdido? Ninguém sabe, mas aparentemente envolvia ser tarado por coxa de galinha, pois era só isso que ele comia.

O nosso pequeno príncipe causou um verdadeiro holocausto galináceo na fazenda, exigindo comer nada além dessa parte especifica do bicho. Asas e peito eram descartados por ele.

Um dia não havia mais coxas suficientes para uma refeição e o moleque não parava de chorar. A cozinheira resolveu então transformar uma galinha inteira em coxa, moldando massa em um formato parecido e utilizando as demais partes da ave pra fazer o recheio. O pentelho provou e adorou. Logo os demais empregados também comeram e aprovaram. Por fim até a Princesa Isabel se deliciou com a invenção e pediu que sua receita fosse fornecida aos cozinheiros da Corte. É isso mesmo, a mesma pessoa que assinou a Lei Áurea também pode ter introduzido a coxinha no Brasil. Isso sim é uma heroína nacional.

E esse cara que ganha feriado

A empadinha...

Não descobri nada de muito interessante sobre as empadas. Apenas que são mini-tortas que as pessoas comiam na época da quaresma. E que são deliciosas.

E os enroladinhos também